Aeração de dispositivos médicos esterilizados a óxido de etileno: considerações acerca da regulação brasileira

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5327/Z1414-4425202100030008

Palavras-chave:

Equipamentos e provisões. Esterilização. Óxido de Etileno. Resíduos tóxicos.

Resumo

Objetivos: Descrever níveis residuais aceitáveis de óxido de etileno em dispositivos médicos, analisar processos de aeração recomendados e compará-los com a regulação
brasileira. Método: Revisão integrativa da literatura, com descritores específicos, sem restrição de ano de publicação. Busca dos dados entre outubro e novembro de 2019,
que resultou em 34 estudos incluídos no estudo. Resultados: A regulação brasileira vigente está desatualizada em relação à classificação de produtos, à determinação de valores
de resíduos tóxicos de óxido de etileno em dispositivos médicos e aos processos recomendados para a aeração desses produtos, podendo contribuir para riscos de eventos adversos
para pacientes usuários de dispositivos inadequadamente aerados, e, consequentemente, urge sua atualização. Conclusão: As lacunas desse marco regulatório beneficiam
indiretamente as empresas que terceirizam a esterilização a óxido de etileno ao omitir controles essenciais para a segurança do paciente exposto a possíveis resíduos tóxicos
de óxido de etileno, favorecer práticas inseguras de esterilização de produtos para saúde, além de dificultar o controle de serviço de saúde pelas vigilâncias sanitárias do país.

Biografia do Autor

Eliana Auxiliadora Magalhães Costa, Profa. Titular do Departamento de Ciências da Vida da Universidade do Estado da Bahia.

Pós-Doutora em Saúde Pública. Profa. Titular da Universidade do Estado da Bahia.

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Publicado

2021-10-13

Como Citar

Magalhães Costa, E. A. (2021). Aeração de dispositivos médicos esterilizados a óxido de etileno: considerações acerca da regulação brasileira. Revista SOBECC, 26(3). https://doi.org/10.5327/Z1414-4425202100030008

Edição

Seção

Artigos de Revisão