Multidisciplinar, sim, mas sem perder a essência

Autores

  • Rosa Maria Pelegrini Fonseca Presidente da SOBECC
  • Aparecida de Cassia Giani Peniche Diretora de Publicação e Divulgação

Resumo

Como a SOBECC acabou de realizar o 5° Simpósio Internacional de Esterilização e Controle de Infecção Hospitalar, em Santos (SP), entendemos que poderíamos fazer uma breve pausa no tema do evento para destacar, neste número da revista, as várias competências do enfermeiro que atua no Bloco O peratório. Para tanto, selecionamos quatro estudos que, de diferentes ângulos, mostram a necessidade de o profissional de Enfermagem ter uma formação mu ltid iscipli na r. A pesquisa sobre as estratégias de coping utilizadas pela equipe de Recuperação Anestésica de um hospital universitário deixa claro que o bom preparo psicológico é fundamental  para o enfermeiro, não apenas para lidar com as situações-limite, inerentes à profissão, mas para encarar e solucionar os estressares cotidianos, que são muitos nessa área tão complexa quanto determinante para o restabelecimento  global do  pacient e.

Já o trabalho que analisa as causas de cancelamento de cirurgias em um hospital público relata a importância da implantação de um modelo de Sistematização da Assistência de Enfermagem Perioperatória (SAEP), especialmente diante de um cenário de falta de planejamento e de marcação descentralizada de cirurgias. De qualquer forma, tanto a implantação da SAEP quanto a participação mais efetiva do enfermeiro no processo de agendamento cirúrgico exigem um domínio das competências administrativas relacionadas com controle,  planejamento e organização.

O alinhamento do profissional de Enfermagem com os novos recursos tecnológicos disponíveis nos  hospitais  também  é  vital  para  oferecer  uma  assistência  de q ua lidade,  constata  outro  estudo publicado nesta edição, desde que o enfermeiro não deixe de lado a humanização, que, junto com o domínio  técnico,  deve  formar  a  base do  trabalho  da  Enferma gem.  Ouem  não  coloca  o paciente no centro presta  um serviço voltado ao procedimento,  e  não à pessoa, alertam os aut ores.

Isso nos conduz ao tema do último artigo escolhido, o qual faz uma reflexão sobre o papel de quem forma os futuros profissionais de Enfermagem. Como docente do ensino médio ou superior, ou mesmo como condutor de uma grande equipe de funcionários, será que o enfermeiro está realmente agindo como um educador, será que atua como uma árvore que tem alma, para usar a analogia citada pela autora? É esse tipo de mestre que, afinal, pode ensinar o que o aprendiz precisa e, acima de tudo, despertá-lo  para a essência da  profissão, que, não obstante todo o desenvolvimento tecnológico, continua sendo a de prestar uma assistência integral ao indivíduo.

Downloads

Publicado

2006-10-01

Como Citar

Fonseca, R. M. P., & Peniche, A. de C. G. (2006). Multidisciplinar, sim, mas sem perder a essência. Revista SOBECC, 11(3), 4. Recuperado de https://revista.sobecc.org.br/sobecc/article/view/334

Edição

Seção

Editorial