Degermação cirúrgica das mãos da equipe de cirurgia cardíaca: uma análise microbiológica
DOI:
https://doi.org/10.5327/Z1414-4425202429988Palavras-chave:
Desinfecção das mãos, Infecção da ferida cirúrgica, Controle de infecções, Segurança do pacienteResumo
Objetivo: Descrever a microbiota das mãos da equipe de cirurgia cardíaca após a degermação cirúrgica das mãos e a retirada das luvas ao término do procedimento cirúrgico, e comparar com a adesão ao tempo correto de degermação cirúrgica. Método: Estudo observacional realizado em dois momentos: após degermação cirúrgica das mãos da equipe de cirurgia cardíaca e após a retirada das luvas ao término do procedimento cirúrgico. As variáveis analisadas foram de identificação dos profissionais e aspectos da degermação cirurgica das mãos. O instrumento de coleta de dados contou com um roteiro de observação, com base na literatura. Resultados: Vinte profissionais foram observados, resultando em 40 amostras. Nos dois momentos de coleta, foram identificados microrganismos da microbiota residente da pele, como Staphylococcus coagulase negativa, Staphylococcus aureus sensível à meticilina, Bacillus sp em 35% (7) da equipe cirúrgica. Houve isolamento de microrganismos potencialmente relacionados à infecção de sítio cirúrgico, Escherichia coli, Klebsiella pneumoniae e Proteus mirabilis em 25% (5) da população estudada. O risco da presença de microrganismo patogênico quando a degermação cirurgica das mãos não é realizada no tempo recomendado foi de 14,2%. Conclusão: estratégias para adesão à técnica correta e ao treinamento periódico de degermação das mãos devem ser implementadas para mitigar a ocorrência de infecção de sítio cirúrgico e segurança do paciente.
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