Serviços de endoscopia gastrointestinal em Salvador, Bahia: análise à luz da segurança do paciente
DOI:
https://doi.org/10.5327/Z1414-4425202227769Palavras-chave:
Endoscópios, Segurança do paciente, Eventos adversos.Resumo
RESUMO: Objetivo: Analisar a incidência de eventos adversos relacionados aos procedimentos endoscópicos gastrointestinais. Método: Estudo de casos múltiplos em serviços ambulatoriais de endoscopia gastrointestinal Tipo III, na cidade de Salvador, Bahia, analisando: Núcleos de Segurança do Paciente; eventos adversos e descontaminação dos endoscópicos. Resultados: Participaram 28,5% dos serviços ambulatoriais de endoscopia gastrointestinal da cidade estudada. Existem Núcleos de Segurança do Paciente, que atuam segundo Planos de Segurança do Paciente, mas sem profissional com dedicação exclusiva. Apenas um serviço monitora pacientes após a endoscopia, fato que dificulta a identificação dos efeitos adversos após procedimentos nessas organizações. Existem protocolos básicos de segurança do paciente na maioria dos serviços. A incidência total de efeitos adversos é 0,3%; e 0,8% para a endoscopia digestiva alta e colonoscopias. Bacteremias, dor abdominal, sangramento e perfuração intestinal são os danos mais frequentes. Todos os serviços possuem boa estrutura organofuncional para a realização dos processos de limpeza e desinfecção dos endoscópios. Conclusão: Os serviços possuem Núcleos de Segurança do Paciente, e implementam protocolos de segurança recomendados. Os efeitos adversos identificados estão em consonância com a literatura; entretanto, esses dados podem estar subnotificados, uma vez que esses serviços não dispõem de um sistema ativo de vigilância de eventos adversos após exames endoscópicos.
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