Por que e para que pesquisar?
Resumo
Os usuários e clientes dos serviços de saúde esperam que os profissionais que os assistam sejam acolhedores ao recebê-los; mas, acima de tudo, que estejam qualificados e habilitados para dar a melhor resposta em termos de avaliação, diagnóstico e tratamento, por meio de processos reconhecidamente seguros. Uma das estratégias para se alcançar a excelência na atuação e garantir o melhor desempenho profissional é a adoção das práticas baseadas em evidências. A escolha das melhores evidências científicas para nortear a atuação profissional percorre obrigatoriamente o caminho do consumo regular de pesquisas de qualidade, que podem ser desde as revisões sistemáticas até os ensaios clínicos randomizados. Tais estudos auxiliam a esclarecer os benefícios ou efeitos deletérios de condutas clínicas, na indicação e utilização de fármacos, na utilização de técnicas tradicionalmente incorporadas às práticas profissionais, na escolha dos diversos dispositivos e equipamentos de assistência à saúde, bem como a possibilidade ou não de seu reaproveitamento e as normas de processamento destes dispositivos, dentre outras possibilidades. Além de contribuir para uma atuação profissional qualificada e a promoção de uma cultura de segurança em todas as fases do processo de assistência à saúde, o consumo crítico de produções científicas também estimula novos pesquisadores, por despertar questionamentos que exigem investigação científica. Elaborar uma pesquisa não é tão fácil como alguns possam imaginar, na medida em que requer conhecimento do método científico, da linguagem científica, das estratégias de busca por conhecimento já produzido e dos métodos de análise disponíveis, além de domínio da redação científica. Associado a estes critérios, temos ainda o posicionamento ético do pesquisador, que deve nortear todo o processo de investigação até a publicação dos resultados obtidos, independentemente da participação de seres vivos no estudo. A pesquisa começa pela indagação ou, como denominamos, ‘pergunta de pesquisa’, item fundamental para o desenvolvimento do estudo. Segundo Barbosa1 e Egry2, em Editorial da Revista da Escola da USP, “[...] em relação aos artigos, é importante que os autores percebam que as perguntas de pesquisa são muito mais importantes que as respostas.” Note-se que nem toda questão ou problema levantado é, na realidade, um problema de pesquisa. A questão de pesquisa exige método científico para respondê-la e norteia o desenho do método investigativo a ser empregado.
A partir de uma citação do mesmo texto, vemos o destaque dado, pelas autoras, à sequência na elaboração do manuscrito, bem como ao resumo e à introdução: “[...] na construção do artigo, devemos começar pelos resultados, pelas tabelas, que trarão subsídios para a discussão. Os pesquisadores leem primeiramente o resumo do artigo, que deve ser construído de maneira atraente para que o manuscrito seja lido na íntegra. A introdução deve ser curta e trazer o estado da arte da temática e destacar a relevância do estudo. O método deve ser muito bem descrito e passível de replicação para garantir a credibilidade dos achados.”
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