Reúso de dispositivos médicos de uso único e implicações para a segurança do paciente

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5327/Z1414-4425202000040009

Palavras-chave:

Reutilização de equipamentos. Reciclagem. Segurança do paciente.

Resumo

Objetivo: Descrever aspectos do reúso dos dispositivos médicos de uso único e as implicações dessa prática para a segurança do paciente. Método: Ensaio
acadêmico, utilizando dados de revisão integrativa e expertise da autora. Resultados: O reúso de produtos de uso único é realidade mundial e ocasiona debates
regulatórios, técnicos, econômicos, éticos e de segurança do paciente, denotando diversos interesses dos distintos atores envolvidos: Estado, fabricantes,
serviços de saúde, academia, profissionais e usuários. Embora haja risco teórico, dados não identificam relação causal entre evento adverso e reúso desses
produtos. Existem argumentos a favor e contra que compreendem riscos e benefícios e justiça distributiva e social. O rótulo desses produtos representa nó
crítico e elemento fomentador dos dilemas que permeiam essa prática. Conclusão: Há consenso de que o reúso de um produto médico deve ter o mesmo
padrão de segurança, independentemente se rotulado como de uso único ou de multiuso. Alguns produtos ditos de uso único podem ser seguramente reusados,
mas essa prática requer condições organoestruturais dos serviços de saúde, além de expertise, adoção de protocolos e supervisão dessas atividades.

Biografia do Autor

Eliana Auxiliadora Magalhães Costa, Universidade do Estado da Bahia.

Doutora em Saúde Pública. Profa. Adjunta da Universidade do Estado da Bahia.

Referências

Kraft M. Framework conditions and requeriments to mesure the technical functional safety of reprocessed medical devices. GMS Krankenhaushyg Interdiszip. 2008; 3(3).

Grobkopf V, Jakel C. Legal framework conditions for the reprocessing of medical devices. GMS Krankenhaushyg Interdiszip. 2008; 3(3).

Shuman EK, Chenoweth CE. Reuse of medical devices: implications for infection control. Infect Dis Clin N Am. 2012;26:165-172.

Crawford TC, Eagle KA. Reuse of catheters and devices labeled for single use: evidence recommendations and oversights. Heart Asia. 2018;10:e011033.

Sloan T. First, do not harm? A framework for evaluation new versus reprocessed medical devices. Journal of the Operational Research Society 2010;61:191-201

Ponchon T, Pioche M. reprocessing single-use devices: a new season in a long-running show? A European perspective. Endoscopy. 2017; 49:1195-97.

Kapoor A, Vora A, Nataraj G, Mishra S, Kerka P, Manjunath CN. Guidance on reuse of cardio-vascular catheters and devices in India: a consensus document. India Heart Journal. 2017.;69:357-63.

Association of Perioperative Registered Nurses. AORN. Guidance statement: reuse of single use devices. Denver (CO): AORN; 2012.p.717-24.

Kuniyoshi RR, Sternick EB, Nadalin E, Hachul DT. Reprocessing of medical products in electrophysiology. Arq Bras Cardiol. 2017;108(2):169-172.

Mansur JM. Reuse of single use devices. Understanding risks and strategies for decision-making for healthcare organizations. Joint Comission International. 2017. [acessado 2018 Dez 26].Disponível em: http://www.jointcomissioninternational.org

Kwakye G, Brat GA, Makary MA. Green surgical practices for health care. Arch Surg. 2011;146(2):131-136.

Costa EAM. Panorama internacional do reprocessamento de produtos para saúde de uso único. Rev SOBECC. 2016;21(4): 203-209

GAO- United States Government Accountability Office. Reprocessed single-use medical devices. FDA Oversight has increased and available information does not indicate that use presents and elevated health risk. Jan 2008.

Tessarolo F, Disertori M, Guarrera CGM, Favaretti C, Nollo G. Health technology assessment on reprocessing single-use catheters for cardiac electrophysiology: results of a three years study. 29th Annual Internayional Conference of the IEEEEMBS. Cité Internationale. Lyon, France. Augusto 23-26, 2007.

Unger S, Landis A. Assessing the environmental, human health, and economic impacts of reprocessed medical devices in a Phoenix hospital’s supply chain. Journal of Cleaner Production. 2016;112:1995-2003.

The Europeu Medical Technology Industry Association. Eucomed white paper on the reuse of single use devices. 2009. [Acesso 2018 Dez 31].Disponível em: http://www.medtecheurope.ord.

Mues AC, Haramis G, Casazza C, Okhunov Z, Badani KKm Landman J. Prospective randomized single-blinded in vitro and ex vivo evaluation of new and reprocessed laparoscopic trocars. J Am Coll Surg. 2010;211:738-43.

Jacobs P., Akpinar I. Single use medical devices: economics issues. Heart Asia. 2018;10:e011034.

Kwakye G, Brat GA, Makary MA. Green surgical practices for health care. Arch Surg. 2011;146(2):131-136.

Popp W, Rasslan O, Unahalekhaka A, Brenner P, Fischnaller E, Fathy M et al. What is the use? An international look at reuse of single use medical devices. International Journal of Hygiene and Environmental Health. 2010;302-7.

Moszczynzki A. Is once Always enough? Revisiting the single use item. J Med Ethics. 2009;34:87-90. Doi: 10.1136/jmc.2008.025643

Tessarolo F, Caola I, Nollo G, Antolini R, Guarrera GM, Caciagli P. Efficiency in endotoxin removal by a reprocessing protocol for electrophysiology catheters based on hydrogen peroxide plasma sterilization. Int J Hyg Environ.Health. 2006;557-65.

Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RE No. 156, de 15 de fevereiro de 2006. Dispõe sobre o registro, rotulagem e reprocessamento de produtos médicos, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, 15 fev. 2006.

Kuniyoshi RR, Sternick EB, Nadalin E, Hachul DT. Reprocessing of medical products in electrophysiology. Arq Bras Cardiol. 2017;108(2):169-172.

Publicado

2020-12-21

Como Citar

Magalhães Costa, E. A. (2020). Reúso de dispositivos médicos de uso único e implicações para a segurança do paciente. Revista SOBECC, 25(4), 247–252. https://doi.org/10.5327/Z1414-4425202000040009

Edição

Seção

Artigos de Revisão